sexta-feira, 6 de maio de 2011

Comportamento - Percepções e Respeito

Mais uma vez usando o blog da minha amiga Lou-Ann Kleppa. Copiei a tira do Yehuda Moon do texto dela - meninamalouca: Sobre a fragilidade. Obrigado Lou.

Yehuda Moon

SAI DA FRENTE! TEM GENTE QUE PRECISA IR TRABALHAR.

EU ESTOU INDO TRABALHAR!

Mais um texto sobre comportamento. O trabalho de Basford et al. (2002) teve como um dos objetivos principais estudar a percepção que determinados motoristas tinham sobre os condutores de bicicleta em algumas regiões da Grã-Bretanha.
Um dos resultados foi a diferença nas respostas sobre a consideração/respeito que cada motorista tinha por ciclistas e de si próprio. As auto-avaliações, quando comparadas com as avaliações que os motoristas fizeram dos ciclistas, apresentaram, em geral, pontuações de 1,5 a 2 vezes maiores. Segundo estes autores, esse padrão de autopercepção altamente positiva é uma característica bem marcante daqueles que se vêem como membros de um grupo dominante. Afirmam que encontraram sérios indícios de que os motoristas tinham uma imagem particularmente ruim dos ciclistas, de que estes possuíam características especialmente diferentes dos demais usuários das vias, considerando-os um grupo de menor importância e generalizando que todos os condutores de bicicleta eram menos confiáveis.

Outro resultado apontado foi de que os motoristas tendiam a culpar os condutores de bicicleta pelas dificuldades encontradas quando os encontravam em determinadas infra-estruturas, por exemplo, vias com redução de largura (que objetivamente não dependem dos ciclistas) – apesar do ciclista não apresentar comportamento diferente ao atingir a infra-estrutura em questão.

Basford et al. (2002) afirmam também que a maioria dos motoristas, em situações que exigiam cuidados, concordava que teoricamente deveriam eventualmente diminuir a velocidade e esperar para ultrapassar até que fosse seguro para o ciclista. No entanto, quando perguntados sobre qual seria o comportamento padrão dos motoristas, responderam que seria o de ultrapassar o ciclista mesmo quando não fosse considerado como sendo o comportamento ideal.

Para estes autores, de acordo com a teoria do comportamento planejado (AJZEN; MADDEN, 1986, citado em BASFORD et al., 2002) essas respostas acerca do comportamento padrão indicam que a percepção da “norma social” de ultrapassar o ciclista pode fazer com que os motoristas sintam-se pressionados pelo que eles consideram como uma forte obrigação, a de não atrasar os demais motoristas (membros companheiros do grupo dominante), influenciando seus comportamentos a ponto de agirem imprudentemente. A percepção dos motoristas sobre qual é a “norma social” legitimaria o comportamento imprudente, deixando-os livres para atribuir às influências externas como causas desse comportamento, em vez das suas próprias atitudes - 26% dos motoristas que responderam os questionários mencionaram que poderiam alterar o seu comportamento de acordo com o comportamento dos demais motoristas.

Yehuda Moon
Tranca a porta...
Eu sei que é besteira, mas vai saber...
Ele está de bicicleta... Ele não é perigoso. Ele é só irritante.

BASFORD, L. et al. Drivers’ perceptions of cyclists: TRL Report TRL549. TRL Limited, 2002. Disponível em: < http://www.dft.gov.uk>. Acesso em: 28 de fevereiro de 2007.
AJZEN, I.; MADDEN, T. J. Prediction of goal-directed behavior: attitudes, intentions, and perceived behavioral control. Journal of Experimental Social Psychology, v. 22, p. 453-474, 1986.


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