A decisão sobre como devem ser organizados os espaços de circulação de ciclistas depende de vários fatores. Alguns trabalhos e manuais apresentam gráficos para orientar essa decisão.
As figuras de 1 a 3 apresentam gráficos de trabalhos europeus. A figura 4 apresenta um gráfico resultante da agregação de informações de alguns manuais norte americanos.
As figuras de 1 a 3 apresentam gráficos de trabalhos europeus. A figura 4 apresenta um gráfico resultante da agregação de informações de alguns manuais norte americanos.
Figura 1 Fonte: Adaptado de Transport for London |
Figura 2 Fonte: Adaptado de Danish Road Directorate |
É possível verificar que os gráficos apresentam diferenças razoáveis nos resultados e nos conceitos utilizados, mesmo entre os gráficos das figuras 1, 2 e 3, retirados de manuais europeus. No entanto, as informações desses gráficos podem ser utilizadas como referências para estudos mais detalhados.
A utilização direta desses gráficos como ferramentas de determinação de como deve ser organizado o espaço cicloviário pode resultar em falhas graves, sendo, portanto, desaconselhável.
Figura 3 Fonte: Adaptado de Scottish Executive Publications |
Figura 4 Fonte: Adaptado de King |
É importante que, além do volume e velocidade dos veículos motorizados, outros fatores sejam considerados na decisão sobre como organizar os espaços cicloviários:
1 - a largura das faixas;
2 - a permissão de estacionamento na via;
3 - a frequência com que veículos param e saem das vagas de estacionamento;
4 - a proporção dos tipos de veículos (principalmente dos veículos pesados);
5 - a variação temporal do fluxo;
6 - a quantidade de interseções e acessos a garagens;
7 - a inclinação da via;
Essas são algumas das variáveis conhecidas e utilizadas para determinação do tráfego de veículos motorizados. Esses fatores também influenciam o tráfego de ciclistas e, portanto, devem ser considerados na organização dos espaços cicloviários.
Existem outras variáveis não tão usualmente consideradas, mas que gostaria de adicionar:
1 - o tipo de condutor de bicicleta (adulto ou criança, experiente ou inexperiente)
2 - a tolerância dos ciclistas às imposições do tráfego no sistema viário;
3 - o volume de tráfego de ciclistas;
4 - a adesão às regras de trânsito, ou seja, conforme o número de usuários do sistema viário que infringem as normas de trânsito, pode ser avaliado, por exemplo, que é importante utilizar medidas de moderação de tráfego ou mesmo segregar o tráfego de ciclistas;
5 - a maneira como o ciclista, em determinados lugares, é encarado pelos motoristas - em regiões onde a utilização da bicicleta é mais comum, ou onde o planejamento cicloviário já vem considerando as necessidades dos ciclistas há um determinado tempo, pode haver um respeito maior aos direitos dos condutores de bicicleta, e nesse caso pode ser avaliado que a segregação do tráfego de ciclistas seja menos necessária.
É de grande valia utilizar a experiência que determinados países e autores possuem no planejamento cicloviário, mas é importante lembrar que gráficos e recomendações de trabalhos devem ser sempre utilizados de acordo com as avaliações das condições específicas onde serão aplicadas. Um exemplo trivial é o gráfico da figura 3, que afirma que para determinadas condições de congestionamento é inviável a circulação de ciclistas na pista; no entanto, determinadas larguras de faixas de trânsito podem permitir que haja espaço suficiente para que os ciclistas trafeguem com segurança enquanto os veículos motorizados estejam parados ou trafegando em velocidades baixas.
O número de variáveis a serem consideradas é muito grande e a falta de estudos cicloviários no Brasil torna a escolha das estruturas cicloviárias um trabalho muito difícil. No nosso caso é especialmente importante que as secretarias de trânsito e transporte tenham funcionários com grande experiência no uso da bicicleta como modo de transporte, ou que utilizem a experiência de ciclistas e/ou consultores da área.
1 - a largura das faixas;
2 - a permissão de estacionamento na via;
3 - a frequência com que veículos param e saem das vagas de estacionamento;
4 - a proporção dos tipos de veículos (principalmente dos veículos pesados);
5 - a variação temporal do fluxo;
6 - a quantidade de interseções e acessos a garagens;
7 - a inclinação da via;
Essas são algumas das variáveis conhecidas e utilizadas para determinação do tráfego de veículos motorizados. Esses fatores também influenciam o tráfego de ciclistas e, portanto, devem ser considerados na organização dos espaços cicloviários.
Existem outras variáveis não tão usualmente consideradas, mas que gostaria de adicionar:
1 - o tipo de condutor de bicicleta (adulto ou criança, experiente ou inexperiente)
2 - a tolerância dos ciclistas às imposições do tráfego no sistema viário;
3 - o volume de tráfego de ciclistas;
4 - a adesão às regras de trânsito, ou seja, conforme o número de usuários do sistema viário que infringem as normas de trânsito, pode ser avaliado, por exemplo, que é importante utilizar medidas de moderação de tráfego ou mesmo segregar o tráfego de ciclistas;
5 - a maneira como o ciclista, em determinados lugares, é encarado pelos motoristas - em regiões onde a utilização da bicicleta é mais comum, ou onde o planejamento cicloviário já vem considerando as necessidades dos ciclistas há um determinado tempo, pode haver um respeito maior aos direitos dos condutores de bicicleta, e nesse caso pode ser avaliado que a segregação do tráfego de ciclistas seja menos necessária.
É de grande valia utilizar a experiência que determinados países e autores possuem no planejamento cicloviário, mas é importante lembrar que gráficos e recomendações de trabalhos devem ser sempre utilizados de acordo com as avaliações das condições específicas onde serão aplicadas. Um exemplo trivial é o gráfico da figura 3, que afirma que para determinadas condições de congestionamento é inviável a circulação de ciclistas na pista; no entanto, determinadas larguras de faixas de trânsito podem permitir que haja espaço suficiente para que os ciclistas trafeguem com segurança enquanto os veículos motorizados estejam parados ou trafegando em velocidades baixas.
O número de variáveis a serem consideradas é muito grande e a falta de estudos cicloviários no Brasil torna a escolha das estruturas cicloviárias um trabalho muito difícil. No nosso caso é especialmente importante que as secretarias de trânsito e transporte tenham funcionários com grande experiência no uso da bicicleta como modo de transporte, ou que utilizem a experiência de ciclistas e/ou consultores da área.
- KING, M. Bicycle facility selection: a comparison of approaches.
- SCOTTISH EXECUTIVE PUBLICATIONS. Cycling by design: network links. Disponível em: <http://www.scotland.gov.uk/library2/cbd/cbd-06.asp>. Acesso em: 15 de dezembro de 2005.
- TRANSPORT FOR
Telmo: Achei muito interessante a sua postagem de metodologias de escolha da infraestrutura cicloviária. Por acaso vc chegou a fazer algum trabalho comparativo entre elas? Se chegou poste também. abs. Meli SP
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