Vou apresentar duas sugestões de implementações de Tráfego Compartilhado, bastante comuns em outros países, principalmente na América do Norte. Fica a sugestão para análise do CONTRAN.
Sinalização de Tráfego Compartilhado
Fonte: City of Baltimore Department of Transportation |
A primeira sugestão, de sinalização de tráfego compartilhado (figura acima), me agrada muito, pois é simples de ser implementada, barata quando comparada com outras intervenções e contempla vários propósitos muito importantes:
(1) alertar os demais usuários do sistema viário para a possibilidade de tráfego de ciclistas;
(2) alertar outros usuários do sistema viário para a largura que os ciclistas ocupam na via - a largura da sinalização indica a largura ocupada pelo ciclista ;
(3) ajudar os condutores de bicicleta a se posicionarem de modo a não incentivar motoristas a tentarem trafegar imediatamente ao lado dos ciclistas , nos casos onde a largura das faixas não permite tal manobra.
(4) deixar mais evidente, aos motoristas, se é possível ou não trafegar ao lado do ciclista na mesma faixa, incentivando assim a ultrapassagem segura de veículos motorizados;
(5) ajudar os condutores de bicicleta a se posicionarem de modo a diminuir a chance de acidente com abertura de portas de veículos estacionados na via (paralelo à guia );
(6) reduzir a incidência de tráfego de bicicletas no sentido contrário ao determinado na via ;
(7) servir de advertência no término de ciclofaixas ou acostamentos pavimentados, sendo aplicada na área de transferência entre a área segregada e a área compartilhada;
(8) servir de advertência em trechos onde um determinado obstáculo impossibilite que o ciclista continue trafegando no acostamento, auxiliando o ciclista a se posicionar na via e a alertando os demais usuários do sistema viário que nesse trecho os ciclistas precisam sair do acostamento.
Fonte: Adaptada de Maryland Department of Transportation State Highway Administration |
A figura acima representa um esquemático com sugestão de posicionamento da sinalização de tráfego compartilhado ao lado de faixa de estacionamento paralelo à guia.
Faixa Larga
Fonte: Hunter. |
Alguns trabalhos sugerem que a faixa larga (termo que adotei), deva ter largura de, no mínimo 4,2 metros, mas menos que 4,8 metros, pois larguras maiores que essa podem encorajar que ela seja ocupada por 2 veículos motorizados, trafegando lado a lado.
Fonte: Oregon Department of Transportation. |
A figura abaixo representa um esquemático exemplificando uma alteração de largura de faixas de rolamento, através de aplicação de nova sinalização horizontal, de modo a possibilitar a criação de uma faixa larga.
Fonte: Adaptada de Oregon Department of Transportation. |
Uma desvantagem da faixa larga é que ela pode estimular o aumento da velocidade dos veículos motorizados. Uma maneira de desestimular esse aumento seria a implantação da faixa larga conjugada com o símbolo de tráfego compartilhado.
Outra maneira seria a implantação de medidas de moderação de tráfego (traffica calming), em determinados pontos da via, similar á apresentada na figura abaixo.
Outra maneira seria a implantação de medidas de moderação de tráfego (traffica calming), em determinados pontos da via, similar á apresentada na figura abaixo.
Fonte: Danish Road Directorate |
- CITY OF BALTIMORE DEPARTMENT OF TRANSPORTATION. Bicycle facility design guide: Draft. [2005?].
- DANISH ROAD DIRECTORATE. Collection of Cycle Concepts. Danish Road Directorate, 2000.
- HUNTER, W.W. A comparative analysis of bicycle lanes versus wide curb lanes: final report: FHWA-RD-99-034. Mc Lean: Office of Safety and Traffic Operations Research & Development - Federal Highway Administration, 1999.
- MARYLAND DEPARTMENT OF TRANSPORTATION STATE HIGHWAY ADMINISTRATION. Maryland SHA bicycle and pedestrian design guidelines. [2006?].
- OREGON DEPARTMENT OF TRANSPORTATION. Oregon bicycle and pedestrian plan. Salem: Oregon Department of Transportation, 1995.